O Cafezinho

"O café é uma bebida muito apreciada no mundo inteiro. No entanto, não há outro país onde o café tenha tanta importância como no Brasil (...). O líquido é servido em pequenas xícaras (demitasse), em intervalos freqüentes, durante o dia inteiro (...). A pausa que refresca. Há quem tome de 12 a 24 cafezinhos por dia. Muitos executivos brasileiros resolvem seus negócios tomando um cafezinho, enquanto as donas de casa recebem as visitas com um café fresco, coado na hora - pois no Brasil o café é símbolo de hospitalidade. Todas as repartições públicas e mesmo escritórios particulares costumam servir um cafezinho pelo menos duas vezes ao dia. Até no cabeleireiro passam café sem parar. É a alegria de ricos e pobres. Não é de se espantar que a arte de "passar" um cafezinho tenha se aperfeiçoado no Brasil (...). Uma das primeiras regras de um bom café é começar tudo com utensílios muito limpos, água fresca, medidas exatas e jamais deixar o café ferver ou aferventá-lo. (...) Para se fazer um cafezinho é preciso uma panela para aquecer a água, um coador de flanela preso a uma moldura de arame que o segure na boca do bule. O coador de flanela pode ser feito usando-se uma flanela costurada em forma de V. Quando não se está usando o coador, ele é guardado em água fresca e fria, e quando for comprado deve tomar um banho de café pronto para pegar o gosto. O coador deve ser trocado de vez em quando, pois fica com gosto de velho..."
(In Brazilian Cookery.Traditional and Modern, Andrade, Margarette, Rio de Janeiro, Editora A Casa do Livro Eldorado, 1985)